Foto por Outro Garoto Lendo |  Resenha de Bruna Moraes

Título: Um Acordo de Cavalheiros
Autora: Lucy Vargas  
Páginas: 350
Editora: Bertrand |  Nota: ★★★★★ (5/5) 

SINOPSE: Um romance sensual e arrebatador repleto de intrigas, morte e desejo. Tristan Thorne, o Conde de Wintry, não é um homem para brincadeiras. Com uma vida de segredos, amado e odiado na sociedade, ele não é o parceiro ideal para uma dama. Dorothy Miller não sabe o que há por trás de suas motivações, apenas que ele é bastante intenso. Os jornais dizem que ele bebe demais, joga demais e ama escandalosamente. E até mata. Como uma dama determinada a ser dona do próprio destino como Dorothy Miller acaba em um acordo com um homem como Lorde Wintry? Você teria coragem de guardar um segredo com o maior terror dos salões londrinos? Lembre-se: Nunca faça acordos com ele, pois o conde sempre volta para cobrar.


Toda amante de romances históricos deve ler O Acordo de Cavalheiros. É um ótimo livro, com um enredo que te prende literalmente na primeira página. Eu não parava de rir! Os personagens são muito bem construídos com diálogos fortes e rápidos, parecia um ping-pong, no qual nenhum jogador queria perder o jogo.
Nossa querida protagonista Dorothy Miller, não pode ser chamada de a mocinha do romance, porque não se comporta como uma. Calma! Isso não foi uma crítica, pelo contrário. Amei o jeito completamente avançado e empoderado dela. Com opiniões fortes de liberdade da mulher sobre seu próprio corpo e vontade, pela recusa em se dobrar as vontades da sociedade e da família, e em se casar. Ela me conquistou por querer viver a sua vida da maneira que ela escolher. Incluindo um romance secreto com o Conde de Wintry.

Uma vez, enquanto andava pelo campo, senti o melhor perfume de flores da minha vida. Eram coloridas, entre azul e algo mais quente. E você cheira a flores que não sei nomear mas residem na mais bela paisagem campestre que já vi.

O que me leva a necessidade de apresentá-las ao Conde mais libertino e misterioso da Temporada: Tristan Thorne. Em um primeiro momento, admito que ele dá uma assustada básica. Com um linguajar não muito comum para um cavalheiro nem para a época, ele chega já mostrando que não veio para brincadeira. Luta pelo que quer a qualquer custo e ele quer Dorothy. Com o tempo, percebe-se que tudo aquilo é apenas uma fachada, porque dentro dele há um coração IMENSO, um homem completamente carinhoso, gentil e com um grande mistério para resolver, que o leva a agir até às últimas consequências em nome da vingança.
E o melhor é que o livro não enrola, o casal principal já tem um dilema para resolver na primeira página, que após alguns capítulos já nos deixa claro como tudo ocorreu. Os dois têm um ponto em comum de não quererem se casar, o que os torna mais atraentes um para o outro. O problema, minhas amigas, é que Dot é responsável por sua prima mais nova que está em sua primeira temporada, Lady Cecília, que precisa se casar logo, pois seu pai (tio de Dot) está com a saúde muito debilitada e, não sobrará muito dinheiro para a jovem. Assim, nossa heroína não pode se associar a nenhum escândalo para não prejudicar as chances de sua protegida. Sendo que já há uma dificuldade antes de tudo começar, porque Lady Cecília parece gostar somente de homens de má fama, tirando Dorothy do sério.

Ambos ficaram surpresos ao descobrir um ao outro e ver que não eram tão ruins quanto pensavam. Dorothy percebeu que Lorde Wintry, o suposto terror de qualquer dama respeitável, apelidado de demoníaco pelos medrosos, não era assim tão terrível. Tristan descobriu que ela não era uma daquelas damas respeitáveis, criaturas aterrorizantes das quais ele corria mais do que assombrações.

Mas, libertinos são um ponto fraco para qualquer mulher, seja real ou na ficção. A atração ente Dorothy e Tristan é tão forte que ela cede aos seus desejos e tem um caso tórrido com o Conde. Lucy Vargas nos presenteia com cenas quentes e inspiradoras. A cada encontro é um incêndio e uma novidade. Ela não nos poupa dos detalhes tantos das ações dos personagens quanto de seus pensamentos, eles se tornam reais e poupáveis. O desejo consegue sair das paginas e enfeitiçar o leitor.
Além da atmosfera TOTALMENTE sensual, há um grande mistério. Tristan Thorne investiga o assassinato de sua tia, que a criou como uma mãe. Ele é um agente secreto, então não tem a menor dificuldade de se obter informações e de se infiltrar entre os suspeitos. Esse lado desconhecido dele, proporciona muitas cenas de lutas, conspirações, segredos de Lordes importantes sendo descobertos. Soma-se a isso a dor de reviver a perda de uma mulher tão importante para ele.

Quando estava com Tristan, ela gostava de sua nova faceta. Podia fingir que era livre e dizer o que tivesse vontade. E tinha seus próprios desejos e necessidades e não precisava se envergonhar disso, na verdade, tinha que se orgulhar de quem era. E especialmente do que vinha descobrindo sobre a mulher que era.

É impossível não se apaixonar pelo Conde, eu fiquei completamente encantada com ele, com sua força, leveza e pela maneira como ele tratava a Dorothy. Mas não se enganem ele é completamente ciumento. Eu me diverti muito com suas cenas de ciúmes. Apesar de Dorothy não querer se casar, ela é bastante requisitada e vista como uma ótima pretendente. Mesmo sem querer, eles acabam se apaixonando. Surpreendendo toda a sociedade pelo fato da Dama mais virtuosa de toda Londres ter se apaixonado pelo canalha mais notório dos últimos tempos. Eles precisarão enfrentar muitas situações para ficarem juntos, sendo o orgulho e o medo de abrir mão de suas convicções as maiores delas. No fim, eles mostram que formam uma dupla que veio para abalar a sociedade e que não se importam com a opinião alheia. Afinal, eles têm o que há de mais importante: um ao outro.

A única crítica que tenho ao livro é o fato de que houve tanta energia sexual entre o casal, que ao meu ver não houve chances deles se apaixonarem. Ao mesmo tempo que eu gosto de cenas mais picantes (e quem não gosta? ), eu gosto de ver a corte, cenas em que eles possam interagir com outra finalidade que não seja puramente o ato em si.