[Resenha] Corte de névoa e fúria (Corte de Espinhos #2) | Sarah J. Maas

Foto por Book Obsession |  Resenha de Kika Oliveira

Título: Corte de Névoa e Fúria  | Série: Corte de Espinhos e Rosas | Vol.02
Autora: Sarah J. Maas  
Páginas: 658
Editora: Galera Record |  Nota: ★★★★★ (5/5) 

SINOPSE: O aguardado segundo volume da saga iniciada em Corte de Espinhos e Rosas, da mesma autora da série Trono de Vidro. Nessa continuação, a jovem humana que morreu nas garras de Amarantha, Feyre, assume seu lugar como Quebradora da Maldição e dona dos poderes de sete Grão-Feéricos. Seu coração, no entanto, permanece humano. Incapaz de esquecer o que sofreu para libertar o povo de Tamlin e o pacto firmado com Rhys, senhor da Corte Noturna. Mas, mesmo assim, ela se esforça para reconstruir o lar que criou na Corte Primaveril. Então por que é ao lado de Rhys que se sente mais plena? Peça-chave num jogo que desconhece, Feyre deve aprender rapidamente do que é capaz. Pois um antigo mal, muito pior que Amarantha, se agita no horizonte e ameaça o mundo de humanos e feéricos.


Essa resenha contém spoilers.
Se você não leu o primeiro livro Corte de Espinhos e Rosas, não é aconselhável ler esta resenha. Caso decida ler mesmo assim, fique ciente do risco de ler algo que você julgue um spoiler grave. Tomei cuidado para não falar nada que possa tirar as surpresas do livro.
Todos têm aquela história que os marcaram de alguma forma. Independentemente do motivo, todo leitor tem esse livro. Bom, o livro que me marcou no primeiro semestre de 2017 foi Corte de névoa e fúria, fiquei tão envolvida com a história, amei tanto os personagens que li o livro duas vezes, dando um intervalo de 3 dias do fim da primeira leitura, para o começo do segundo livro.

Depois de tudo que a Feyre passou Sob a montanha era de se esperar que ela teria o seu "viveram felizes para sempre" e tudo ficaria bem no mundo, mas o que acontece é completamente diferente. Ela precisa enfrentar um novo inimigo, dessa vez mais poderoso ainda que Aramantha, e vencê-lo não será nada fácil, afinal, ela deve enfrentar a si mesma.

 E ele teve a ousadia, depois que seus poderes retornaram, de me jogar em uma jaula. A ousadia de dizer que eu não era mais útil; eu deveria ficar enclausurada para a paz de espírito dele. Tamlin me dera tudo de que eu precisava para me tornar quem era, me sentir segura e, quando conseguiu o que quis, quando conseguiu o poder de volta… parou de tentar.

Se não bastasse lidar com esse problema, ela ainda precisa lidar com uma mudança drástica e exagerada de Tamlin e dali para frente tudo começa a desmoronar.
Esse período de batalha contra si mesma faz com Feyre amadureça mais e tenha uma nova visão sobre quem ela é e sobre o mundo ao seu redor. E, embora no início não seja fácil, no momento que ela decide lutar nada é capaz de segurá-la, afinal ela venceu Sob a montanha, o que de pior poderia acontecer!? Mal sabe ela #coitada.

Desde que encerrei a leitura pela primeira vez eu digo que a autora Sarah J. Maas é maluca. Ela trouxe à tona traços das personalidades dos personagens principais da história de uma forma que foi chocante. Acredito que ninguém esperava por aquelas mudanças, a troca de papéis na trama causou admiração para alguns (eu sou uma dessas pessoas) e para outros ódio puro.

Devo dizer que a mensagem subliminar que encontrei na forma como as coisas seguiram nesse enredo me fez analisar a forma como enxergo determinadas situações e até mesmo mudou um pouco meu modo de pensar sobre alguns assuntos. Nem sempre quem você julga ser bom, é tão bom assim, todos possuem defeitos e fica a critério de cada um como enxergá-los. Da mesma forma, podemos dizer a respeito de quem aparenta ser mau, será que aquilo é maldade mesmo, ou é apenas uma “máscara”, uma forma de se proteger aquilo que mais se preza?

- Às pessoas que olham para as estrelas e desejam, Rhys.Ele pegou o copo com um olhar tão intenso que me perguntei por que tinha me dado o trabalho de corar para Tarquin.Rhys brindou com o copo contra o meu.- Às estrelas que ouvem e aos sonhos que são atendidos.

Em alguns momentos da história eu fiquei decepcionada com a Feyre, ela se permitiu ceder às emoções confusas e deixou de ter atitudes mais corretas, mas de certa forma é até que justificado, no lugar dela será que eu faria diferente?
Passei mais da metade do livro lutando contra meus sentimentos em relação ao Rhys, fiquei decepcionada com uma determinada atitude dele no primeiro livro, mas chegou uma hora que não deu mais para lutar contra o sentimento e fui vencida. Foi confuso no início, pois determinadas atitudes eu não consigo relevar e isso muda minha forma de enxergar o personagem e nada me faz voltar a vê-lo com bons olhos, porém, é claro que a loucura da Sarah J. passou pra mim e eu caí de amores por esse Grã-Senhor da Corte Noturna.

Ajude-me, ajude-me, ajude-me. Implorei a alguém, qualquer um. Implorei a Lucien, parado na fileira da frente com o olho de metal fixo em mim. Implorei a Ianthe, com o rosto serene e paciente e adorável dentro daquele capuz. Salve-me, por favor, salve-me. Me tire daqui. Acabe com isso.

Preciso dizer que em algumas discussões sobre esse livro foi usada a palavra “perfeição” para descrever os personagens e isso não procede do meu ponto de vista. Eu enxerguei em Tamlin e Rhysand dois seres imperfeitos, quase humanos até, que no momento de fazerem suas escolhas agiram da forma como eles julgaram ser o correto. Um deixou-se levar pelo medo e insegurança, o outro reconheceu as próprias falhas e usou a situação que envolvia o anterior a seu favor, esforçando-se para não cometer os mesmos erros, o que é algo normal de acontecer em ambas situações em que cada um vivia, Tamlin nunca foi perfeito e Rhysand também não.
Outra palavra usada para se referir a algumas mudanças na história foi “desconstrução”, não vi isso acontecer, o que vi foram novos traços de uma personalidade e não uma mudança ou transformação abrupta a ponto de justificar esse argumento.

Não é isso que todas as mulheres humanas desejam? Um lindo senhor féerico para se casar, que as encha de riquezas pelo resto na vida?

Durante a leitura, as mudanças que o enredo traz à interpretação de cada um podem divergir de acordo com a forma que o leitor julga o certo e o errado, o bom e o mal. Teve momentos da leitura que foi difícil lidar com as emoções, a história fica muito intensa, e algumas partes são desesperadoras. No final então!? SOCORRO, nada poderia me preparar para aquele final, o que autora pretende com o 3° livro deve ser de abalar todas as estruturas.

Eu recomendo esse livro tanto ou mais que o primeiro. Mas pra quem ainda não leu, aviso de antemão para que se prepare para o mix de emoções que te aguardam, a ressaca é garantida no final.




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